29 de out. de 2009

O Ensino de Paulo em Atenas


Atos 17:16-34

Atenas era uma cidade altamente idólatra o próprio nome já é pejorativo, o vocábulo em seu original é Athenai, seu plural é Athene (atribuída à deusa da sabedoria. Acreditava-se ter sido ela a fundadora da cidade) Também conhecida como Minerva. Figura abaixo.



“Sabedoria e a Justiça, personificadas pela deusa grega Athena, dize-se ser fruto de Métis (a astúcia, e a inteligência) com o poderoso Zeus, ordenador do Cosmos.”
Fonte: mitologia@esdc.com.br

Atenas como famosa cidade da Grécia, capital de Ática, e a principal sede de ensino e civilização durante o período de ouro da história da Grécia, Atenas era uma cidade cheia de ídolos, um calculo feito por Petrônio leva-se a crer que existia cerca de 30 mil deuses.

“Petrônio ou Petronius foi um escritor romano, mestre na prosa da Literatura latina, satirista notável, autor de Satíricon. Não existem provas seguras acerca da identidade de Petrônio, mas é hoje quase certo que se trata de Gaius Petronius Arbiter ou Titus Petronius (27-66 AD), distinto freqüentador da corte do imperador Nero.”
Fonte: http://pt.wikipedia.org

Além de tantos ídolos, sua população não era fácil como exemplo tinha como morador o próprio Petrônio. Mesmo assim Deus levantou o apóstolo Paulo para levar sua palavra aquela cidade, e dela extraiu outros que aderiram ao cristianismo como veremos mais a frente.

Mas, existem algumas curiosidades a cerca da vida de Paulo, que escolhido para levar as boas novas de salvação aquele inferno, são curiosidades que nos fazem pensar:

O que se passava pela sua mente?
Qual sua atitude diante daquela realidade?

ATITUDE DE INDIGNAÇÃO

Está era a realidade vivida na mente do apóstolo Paulo.

Em Atenas podia-se encontrar todo tipo de deuses e com isso também achava-se todo tipo de crença, no Vs. 18 encontramos os Epicureus (Epikoureiov ) vocábulo da raiz Epikouros, de um notável filósofo que pertencia a seita de Epícuro, seus seguidores ou Epicureos eram ateus e materialistas, tinham como propósito livrar o homem do medo dos deuses negando a existência de qualquer deus. Negavam a vida após a morte e o juízo final, portanto imaginemos quais seriam suas atitudes diante da pregação de Paulo sobre a ressurreição.

Outros que encontramos são os Estoicos (Stoikos), os estóicos ou os "do pórtico" pertenciam a filosofia estóica. Zeno de Cítium, pai do estoicismo, ensinou em Atenas. Os Estóicos eram panteístas, para eles o logos ou Deus era uma energia que comandava o universo, contudo esse logos era quem delineava o universo assegurando tudo que ocorre estava sobre seu controle.

Aqui nesse Vs. 18, Paulo é chamado de “paroleiro (spermologoi) que quer dizer vagabundo como na cultura da época aplicava-se a uma pessoa que não prestava. Algumas versões diz tagarela (spermologos), temcomo sentido:
1) O que colhe semente, que colhe grãos nos campos
2) metáf.
2a) que vadia pelo mercado e apanha um conteúdo que por qualquer motivo cai dos montes de mercadorias
2b) daí, pobre, miserável, infame, vil, (parasita)
2c) que ganha a vida por lisonjeamento e bufonaria
2d) tagarela sem conteúdo, fofoqueiro

Mesmo assim Paulo não se deixou intimidar. No Vs. 22 trata-os com o nível de conhecimento deles e com uma sabedoria inigualável aplicando ao Deus desconhecido os atributos Divinos, trazendo assim o despertar dos mesmos, pois aquele Deus apresentado por Paulo, sendo motivo de fascínio como o mais poderoso e criador de tudo.

Atitude de indignação não tirou a oportunidade de Paulo tomar um caráter de maturidade cristã e prosseguir com seu ministério.

Devemos nos indignar sim, com falsidades religiosas contemporâneas, seremos criticados, mas devemos abraçar e cumprir nosso papel de administrador da palavra e verdade vinda de um verdadeiro Deus.

Esta é a outra atitude do apóstolo diante aquela realidade frustrante para qualquer cristão.

ATITUDE DE EVANGELISTA

A única atitude que aquele que um dia separado para a divulgação do evangelho At 9:15.

Primeiro devemos ter um alvo para indagarmos, Paulo tinha a Cristo como alvo, Vs. 18b suas mensagens assim como a bíblia eram sempre Cristocêntricas.

Segundo como ainda no Vs. 18, ter como base da evangelização sua obra salvífica e a esperança de ressurreição.

Terceiro devemos entender que estão curiosos para ouvirem de um Deus tão tremendo. Para todos que surgiram em meio a tradições e doutrinas profanas, sempre que se deparam com a verdade ainda não os revelada, ficam extasiados diante de uma nova perspectiva e ação religiosa.

A palavra religião olhada no dicionário de língua Portuguesa, por exemplo, vamos encontrar o seguinte:

Religião re.li.gião sf (lat religione)
1. Serviço ou culto a Deus, ou a uma divindade qualquer, expresso por meio de ritos, preces e observância do que se considera mandamento divino.
2. Sentimento consciente de dependência ou submissão que liga a criatura humana ao Criador.
3. Culto externo ou interno prestado à divindade.
4. Crença ou doutrina religiosa; sistema dogmático e moral.
5. Veneração às coisas sagradas; crença, devoção, fé, piedade.
6. Prática dos preceitos divinos ou revelados.
7. Temor de Deus.
8. Tudo que é considerado obrigação moral ou dever sagrado e indeclinável.
9. Ordem ou congregação religiosa.
10. Ordem de cavalaria.
11. Caráter sagrado ou virtude especial que se atribui a alguém ou a alguma coisa e pelo qual se lhe presta reverência.
12. Conjunto de ritos e cerimônias, sacrificais ou não, ordenados para a manifestação do culto à divindade; cerimonial litúrgico.

Todo esse acervo encontrado refere-se à postura tomada perante ação do que crer, religião é a maneira expressa pelo adorador ao seu adorado.

Portanto, os atenienses estavam abordando uma nova maneira de se dirigir e crer naquele Deus Desconhecido Vs. 23, uma apresentação que afrontava de certa forma, todos os outros deuses daquela cidade e de uma forma mais que grandiosa digamos poderosa destacando-se diante dos outros, e como o único e verdadeiro.

Mas, o apóstolo Paulo para apresentar essa sã doutrina, se utiliza de extrema sabedoria abordando o legado que encontrará em um dos altares da idólatra Atenas.

Paulo reconhecia certos fatos, tais como a necessidade de salvação, reconhecer que os mesmos estavam perdidos. E quanto mais aguçada seja a forma errada de se crer, deve ser lá onde o cristão precisa estar para pregar o método de se viver e crer no verdadeiro Deus e verdadeiro evangelho de Cristo Jesus.

OS RESULTADOS

Podemos ver os resultados da audácia de Paulo como figura de caráter positivo.

At 17:21 “Pois todos os de Atenas e os estrangeiros residentes de outra coisa não cuidavam senão dizer ou ouvir as últimas novidades.”

Mesmo que lhes parecesse estranho ou contrário as suas crenças e tradições religiosas, os de Atenas desprenderam do seu tempo para ouvir a Paulo que para ele seria a sua melhor oportunidade de levar o evangelho para aqueles ateístas, panteístas e sabe lá mais o que, e foi preciso, como também reconhecendo a hora de cair fora não demorou muito Vs. 33, mas deixou seu recado e cumpriu seu trabalho de evangelista.

Houve quem zombasse, isso é uma verdade Vs. 32.

Mas, houve quem saísse daquela vida de religiosidade idólatra, panteísta e ateísta, e creu no verdadeiro e único Deus Vs. 34.

UMA LIÇÃO

Continuando seu ensino Paulo nos chama a atenção, e ensina-nos também a uma postura que devemos abraçar como servos do Altíssimo. Preguemos a palavra seja onde for oportuna ou não, mas de uma maneira inteligente e proveitosa as oportunidades que Deus nos colocar, II Tm 4:2.

Que Deus nos abençoe.

8 de out. de 2009

A Filosofia De Vida Do Mágico Simão


Vez por outra encontramos na Bíblia, passagens curiosas que nos expressam uma atividade inadmissível, temos como registro bíblico de tal caráter, a atitude de Ananias e Safira que com seus modos gananciosos tentaram enganar a Deus At 5:1-11.

Lemos ainda em Atos outro curioso e relevante exemplo, como o fato ocorrido com Êutico que durante a pregação de Paulo caiu do terceiro andar At 20:9-12; como esfinge esse evento admite uma emenda para nós pregadores contemporâneos, o consolo de que encontrar alguém dormindo na hora das mensagens, não é um ato do modernismo ou por não ser uma mensagem atraente ou fervorosa.

Voltando para o assunto encontramos relatos que nos chamam atenção para vida cristã, longe de assemelhar-se a uma atitude comum que vez por outra alguém consegue safar-se, ainda que tenha se mostrado impróprio ao caráter cristão. Uma grande inconveniência se observa no relato do Simão o mágico, At 8:9-25.

Vamos analisar alguns fragmentos do texto para observarmos um aprendizado do mesmo.

Atos 8:9 Ora, havia certo homem, chamado Simão, que ali praticava a mágica, iludindo o povo de Samaria, insinuando ser ele grande vulto;
10 ao qual todos davam ouvidos, do menor ao maior, dizendo: Este homem é o poder de Deus, chamado o Grande Poder.
11 Aderiam a ele porque havia muito os iludira com mágicas.
12 Quando, porém, deram crédito a Filipe, que os evangelizava a respeito do reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, iam sendo batizados, assim homens como mulheres.
13 O próprio Simão abraçou a fé; e, tendo sido batizado, acompanhava a Filipe de perto, observando extasiado os sinais e grandes milagres praticados.
14 Ouvindo os apóstolos, que estavam em Jerusalém, que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João;
15 os quais, descendo para lá, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo;
16 porquanto não havia ainda descido sobre nenhum deles, mas somente haviam sido batizados em o nome do Senhor Jesus.
17 Então, lhes impunham as mãos, e recebiam estes o Espírito Santo.
18 Vendo, porém, Simão que, pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o Espírito Santo , ofereceu-lhes dinheiro,
19 propondo: Concedei-me também a mim este poder, para que aquele sobre quem eu impuser as mãos receba o Espírito Santo.
20 Pedro, porém, lhe respondeu: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus.
21 Não tens parte nem sorte neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus.
22 Arrepende-te, pois, da tua maldade e roga ao Senhor; talvez te seja perdoado o intento do coração;
23 pois vejo que estás em fel de amargura e laço de iniqüidade.
24 Respondendo, porém, Simão lhes pediu: Rogai vós por mim ao Senhor, para que nada do que dissestes sobrevenha a mim.
25 Eles, porém, havendo testificado e falado a palavra do Senhor, voltaram para Jerusalém e evangelizavam muitas aldeias dos samaritanos.


Uma das verdades primeira que podemos observar encontra-se no Vs. 9, sendo uma realidade ainda encontrada nos dias contemporâneos, pois a humanidade desde tempos remotos da época eclesiástica decorre a ser influenciada pelas mentiras de homens, similar o mágico do texto bíblico que iludirá o povo, com isso dissimula uma humanidade com certo declínio pelo proselitismo ilusório.

Observa-se ainda, uma segunda verdade proposta no inicio do Vs. 10, o sobreposto ocorrido deve-se à aprovação das classes sociais a tipos de mágicos que os abordam com o ilusionismo. O povo não levará em consideração esquadrinharem a raiz dos atos ilusórios apresentados pelo mágico daquela cidade, deixando-se levar pelo espetáculo que lhes eram aprazíveis. Portanto, o Vs. 11 é um complementário do Vs. 9 que retrata um povo cego.

Lição para nós de que apresentemos cuidado intensivo com essas maravilhas que aparentam como exemplo, um evangelho com prosperidades abundantes que são efeitos incomprovados diante de falsos testemunhos ou seres hipnóticos, ao contrário busquemos suas raízes bíblicas para não vivermos iludidos diante de uma distorção do ensino bíblico, e ainda vivamos crédulos conformados ao mundo de ilusões hodiernas idênticas as existentes em Trôade, apresentado por Simão O Mágico.

No Vs. 12 temos a ação Divina adentrando a meio aqueles abençoados, que a medida do tocar do Espírito Santo, pois sem fazer distinção acrescentava-se ao cristianismo. Uma curiosa adversidade encontramos na suposta conversão do próprio Simão fabricante de ilusões, que acompanhava os acontecimentos miraculosos, e a imposição de mãos dos apóstolos nos novos cristãos, que eram observando em seus mínimos detalhes como vemos nos Vs. 13; 17; 18.

Chegando ao final do Vs. 18, encontrada como auge do Vs. 19, Simão ilusionista germina sua verdadeira intenção da atenta sua observância aos milagres apostólicos e fala, “Concedei-me também a mim este poder”, essa concupiscência dos olhos e soberba da vida, Simão não sustentara mais diante daquela maravilha ocular, sentiu aparentemente que poderia ser concedida a ele (pelo menos assim pensava), é sensato dizer que o ilusionista afronta assim, a graça Divina.

Outra lição para nós diante do decorrido texto, para termos o cuidado conjeturado no meio cristão, o meditar de só porque estamos em meio a uma multidão padrão cristã e sendo até moda atualmente, ou como quem abraça esse conceito convencidos e não convertidos entendemos o que é ser um seguidor de Cristo Jesus.

Uma terceira verdade encontrada no escrito bíblico apresenta-se no Vs. 20, são as maravilhas de Deus concedidas em graças aos que sofreram uma verdadeira transformação salvífica de espírito, na forma universal como posicional, progressiva e perfectiva e as são concedidas pela graça, não na forma concreta que podem ser compradas de acordo com sua graduação de valor, essas não são fascínios Divinos e levam o homem a perdição, são bem distintas das espirituais que nos levam a um regozijo.

Quando temos a atitude de Simão mágico, não temos parte no ministério de Jesus como podemos observar no Vs. 21, pois são atitudes de um homem desprezível diante de Deus.

Para concluímos a escrita, aprendemos mais em duas advertências descritas no Vs. 22, onde há uma cobrança Divina, para nos arrepender dos atos similares ao do Simão O Mágico, e alcançarmos as misericórdias do Criador com o intuito nos nossos corações em não estarem como descrito no Vs. 23, em amarguras e laçados pela iniqüidade dos nossos corações pecaminosos.

Abracemos o conceito bíblico e não essas que estão presentes na filosofia do mundo moderno, que independente de quem seja, é ilusória, e abraçando teremos uma vida cristã cínica e ilusória, e não é essa filosofia de vida cristã que Deus preparou e dá suporte para vivermos.

Que Deus nos ajude a cumprirmos seus desígnios de vida cristã.